Vídeo: com ambulâncias novas paradas, viaturas velhas do Samu quebram
Enquanto ambulâncias novas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Distrito Federal (Samu-DF) ficam paradas em um pátio, viaturas antigas quebram nas ruas, prejudicando o resgate de pacientes. De um total de 39 veículos de socorro em atividade, 18 estavam desativados por problemas técnicos até a manhã dessa terça-feira (17/12).
Conforme o Metrópoles noticiou, ambulâncias novas estão paradas desde julho de 2024 no Parque de Apoio da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) por falta de seguro. Enquanto isso, socorristas se deparam diariamente com veículos que apresentam problemas mecânicos. Em outubro deste ano, por exemplo, uma ambulância antiga quebrou a caminho de uma ocorrência em Santa Maria. A cena de profissionais de saúde de jaleco tentando resolver o problema foi filmada.
Veja:
Segundo os profissionais de saúde, os pneus da ambulância antiga furaram, e a viatura precisou ser levada de volta para a base regional do Samu e desativada para manutenção.
De acordo com socorristas, a ambulância antiga, além dos pneus velhos, apresentava problemas de vazamento. Até as macas não seriam adequadas para os carros. Durante um resgate, um funcionário ficou com os dedos feridos ao fazer a remoção de paciente. Mesmo assim, a viatura voltou às ruas. Na segunda-feira (16/12), segundo servidores, ela foi desativada novamente por problemas mecânicos.
Raio-X do sucateamento
O Metrópoles teve acesso à situação da frota de ambulâncias do Samu na manhã da última terça-feira (17/12), contando unidades de suporte básico (USBs), avançado (USAs), intermediário (USIs) e viaturas (VIR). Segundo o levantamento, no sistema da Secretaria de Saúde, de um total de 39 veículos, 18 estavam desativados.
Entre 31 USBs, as 13 desativadas deveriam garantir socorro em Ceilândia, Gama, Guará, Plano Piloto, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo, Samambaia, Santa Maria, Taguatinga e Vicente Pires. No caso das 7 USAs, cinco estavam fora de combate nas seguintes regiões administrativas: Gama, Taguatinga, Ceilândia, Plano Piloto e Sobradinho.
Entre as duas USAs em atividade, que contam com médicos para ocorrências mais delicadas e de extrema emergência, uma está mobilizada para atender o público em geral, e a outra para pacientes neonatais – ou seja, bebês. Dessa forma, apenas uma USA está disponível para a população em geral no DF.
Diagnóstico
Segundo o diagnóstico da deputada distrital Dayse Amarilio (PSB), a crise do Samu é constante. De acordo com a parlamentar, o contrato de manutenção das ambulâncias deveria ser revisto, com prioridade. No caso das USAs, ela pontuou que muitas estão paradas por falta de médicos e condutores.
A deputada frisou que o sucateamento coloca em risco o socorro de pacientes, principalmente no caso de acidentes graves, e também no transporte de pacientes entre unidades de saúde, geralmente em unidades de terapia intensiva (UTIs).
Outro lado
Procurada, a Secretaria de Saúde se manifestou por meio de nota. Veja o texto na íntegra:
“A Secretaria de Saúde informa que, atualmente, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/DF) conta com 38 unidades móveis tripuladas por meio de ambulâncias cadastradas junto ao Ministério da Saúde. O total de recursos do serviço inclui 56 veículos já contando com a frota reserva. O serviço atua ainda com uma frota total de 26 motos novas adquiridas em 2023.
Informamos também que as 14 ambulâncias do SAMU entregues no final do mês de setembro, seguindo as exigências do Ministério da Saúde (MS), aguardam a contratação de seguro veicular, etapa essencial para a regularização do uso. Vale reforçar que o processo licitatório cumpriu ao longo desses 2 meses e meio todas as etapas legais obrigatórias para a contratação regular do seguro, permitindo o pleno funcionamento dessas ambulâncias assim que finalizado. Atualmente, o processo de licitação encontra-se em fase final e deve ser concluído até o final desta semana. É importante destacar que todo o rito licitatório se inicia com o recebimento dos veículos e segue todas as etapas obrigatórias previstas na lei”.