Risco de acidente de avião cresce com lixo espacial de foguetes
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Uma pesquisa publicada na revista Nature Scientific Reports faz um alerta para o aumento do risco de acidentes aéreos devido ao crescimento do número de viagens espaciais. Um caso do tipo ocorreu com a desintegração de um protótipo de foguete em janeiro, que obrigou aviões a desviarem de rota no Texas, nos Estados Unidos.
Segundo os pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, o risco atual é o maior da história. Estima-se que haja 0,8% de chance ao ano de um objeto espacial chegar ao solo em áreas de tráfego aéreo mais intenso.
Os foguetes deixam grandes quantidades de detritos quando se desfazem para atravessar a atmosfera e este lixo espacial tem aumentado conforme cresce o índice de empresas particulares, como a SpaceX, de Elon Musk, e a Blue Origin, de Jeff Bezos, entrando no ramo.
Risco crescente dos foguetes
O estudo canadense analisou dados de circulação de voos globais e de entradas descontroladas do lixo especial proveniente de foguetes.
Em regiões como o nordeste dos Estados Unidos e o norte da Europa, a chance anual de detritos espaciais atingirem o espaço aéreo chega a 26%. Nesses casos, é possível que os objetos atinjam os aviões, mas a probabilidade de eles chegarem até o solo sem se desintegrar é baixa.
Aumento de voos de empresas privadas, como a SpaceX, fez o risco de acidentes crescer, dizem pesquisadores
Consequências catastróficas
Um impacto entre lixo espacial e uma aeronave pode ter resultados devastadores. Mesmo fragmentos pequenos, como peças metálicas de um centímetro, podem causar danos significativos ao entrar em contato com para-brisas ou motores dos aviões.
A tecnologia para controlar as reentradas de peças de foguetes já existe, mas menos de 35% dos lançamentos atuais a utilizam. Neste caso, os detritos são projetados para se desintegrar completamente ao atingir a atmosfera superior ou sendo colocados em rotas que aumentem as chances de cair no oceano quando voltam à Terra.
Os especialistas canadenses defendem que estas políticas para reduzir os riscos passem a ser obrigatórias para evitar potenciais desastres. “Mais de 2.300 corpos de foguetes já estão em órbita e eventualmente entrarão de forma descontrolada”, escrevem os pesquisadores. “As autoridades do espaço aéreo enfrentarão o desafio de reentradas descontroladas nas próximas décadas”.
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