Operação visa organização criminosa que dispara SMS para roubar dados

São Paulo — Uma operação contra fraudes, roubo de dados e lavagem de dinheiro foi deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (29/1). O objetivo é apreender cerca de R$ 100 milhões e 400 veículos, na região metropolitana de São Paulo. A ação é sequência das investigações contra uma organização criminosa responsável por emitir mensagens maliciosas para coletar dados pessoais das vítimas.
Equipes do 42° Distrito Policial (Parque São Lucas) estão nas ruas cumprindo mandados na Grande São Paulo.
Dois homens presos por roubo de dados via SMS
Os criminosos foram encontrados no décimo nono andar de um flat, no Jockey Club, em São Paulo. No local, foram apreendidos equipamentos eletrônicos sofisticados da China e Israel, além de dois veículos alugados.
Segundo o investigador do caso, os equipamentos de transmissão derrubavam o sinal dos aparelhos celulares e, na sequência, enviavam mensagens. “Prezado(a) cliente, sua pontuação de 98.742 vence em 24h. Faça troca por descontos, produtos ou milhas”.
O sinal era emitido por um um dispositivo com uma antena que ficava na sacada do prédio. As mensagens com conteúdos falsos iam desde compras não autorizadas, informações bancárias, pontos de milhas de viagens e até pontos na carteira da habilitação.
Ao final da mensagem, havia um número para a pessoa ligar. Durante a conversa, as vítimas acabavam fornecendo dados bancários aos golpistas.
De acordo com a polícia, os criminosos recebiam R$5 mil por semana para monitorar e manter os equipamentos ativos. A operação é sequência de uma prisão de uma Jeep Renegade branca, em julho do ano passado, que emitia sinais para coletar dados pessoais das vítimas que passavam pelas proximidades da Marginal Pinheiros.
O caso foi registrado como associação criminosa, estelionato, invasão de dispositivo informático, cumprimento de mandado de busca e apreensão, localização e apreensão de objeto no 42º Distrito Policial (Parque São Lucas).
“Batmóvel dos golpes”
Um homem de 23 anos foi preso em flagrante, em julho do ano passado, pela Polícia Militar, por dirigir um veículo com diversos equipamentos eletrônicos que disparavam mensagens com “links maliciosos” para todos os aparelhos celulares das áreas em que trafegava.
O motorista do veículo, Everton Nascimento de Oliveira, disse à polícia que recebia R$ 1 mil por semana para circular de 8 a 12 horas com os aparelhos eletrônicos.
Ele se recusou a fornecer informações que pudessem ajudar a polícia a chegar aos outros integrantes da quadrilha. O rapaz não possuía habilitação e não tinha antecedentes criminais.
Entre os itens apreendidos no carro do suspeito, estavam um notebook, uma bateria automotiva e uma antena de telecomunicação.