HÁ VINTE ANOS – Bye, bye, América!

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Christopher Key sabe exatamente do que abrirá mão caso deixe Bellingham, Washington. É o tipo de lugar que Norman Rockwell pintaria, onde todos cuidam de todos e realizamos festas todo ano, disse Key, 56 anos, um veterano da Guerra do Vietnã e ex-editor de revista que é descendente de Francis Scott Key.

Mas ele pretende partir assim que puder. Sua casa está à venda, e ele está procurando emprego do outro lado da fronteira, no Canadá. Para ele, a reeleição do presidente republicano George W, Bush JR foi a última gota.

“Eu amo os Estados Unidos”, disse ele enquanto permanecia na zona portuária de Vancouver, olhando para as montanhas da costa, que estavam encobertas por um véu cinzento. “Eu lutei por ele no Vietnã. É uma decisão dolorosa pensar em partir. Mas a América está se transformando em um país muito diferente daquele no qual cresci”.

No auge da revolta liberal após a vitória de Bush em 2 de novembro passado, o site do serviço de imigração do governo canadense informou um aumento de consultas dos Estados Unidos de 20 mil por dia para 115 mil. Após três meses, as lembranças da eleição começaram a esfriar. Ocorreu a possede Bush e o discurso do Estado da União.

Mas advogados de imigração disseram que americanos não estão fazendo apenas consultas, e que mais deles estão buscando se mudar para cima do paralelo 49, cansados de um país que consideram caminhando persistentemente para a direita e abandonando os princípios da tolerância, compaixão e idealismo pacífico que sentiam que definiam a nação.

Os Estados Unidos não correm o risco de ficarem esvaziados. Mas mesmo uma pequena perda de habitantes, muitos dos quais citando um sentimento profundo de desespero político, é um evento significativo na vida de um país que se considera o local ideal para onde se deve escapar.

 

(Publicado aqui em 8 de fevereiro de 2005)

 

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