Entenda o que é recessão técnica, que entrou no radar do mercado

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Com a indicação do Banco Central (BC) de que manterá a taxa básica de juros em patamares elevados ainda por muito tempo, além da desaceleração da atividade econômica observada nos últimos meses, a possibilidade de o Brasil enfrentar a chamada “recessão técnica” passou a entrar no radar de parte do mercado.

Pelo menos seis instituições financeiras – Bradesco, Banco BV, Ativa Investimentos, Monte Bravo, Nova Futura e Tendências – já apontam para esse cenário no segundo semestre de 2025.

O que é recessão técnica

A recessão técnica ocorre quando há dois trimestres consecutivos de queda do Produto Interno Bruto (PIB). Em outras palavras, o país teria uma perda no valor de seus bens e serviços por um período de pelo menos 6 meses.

Em linhas gerais, a recessão técnica é mensurável com base na sequência de reduções do PIB – que é a soma de todos os bens e serviços produzidos e serve para medir a evolução da economia.

Quando foi a última recessão técnica do Brasil?

A última vez que o país passou por uma recessão técnica foi em 2021, com PIB negativo no terceiro e no quarto trimestres, com quedas de 0,4% e 0,1%, respectivamente.

Antes disso, houve recessão técnica nos dois primeiros trimestres de 2020, o primeiro ano da pandemia de Covid-19, que derrubou as economias em todo o planeta.

Entre janeiro e março daquele ano, logo no início da pandemia, o PIB brasileiro encolheu 2,3%. No trimestre seguinte, o tombo foi de 8,9%.

O país também passou por recessões técnicas em outras ocasiões, como em 2009, 2015 e 2016.

Qual é a diferença entre recessão e recessão técnica?

A recessão é caracterizada pela queda da atividade econômica de forma generalizada. Ela ocorre quando vários indicadores da economia apresentam resultados negativos e se deterioram consideravelmente, com aumento do desemprego e baixa da produção e do consumo.

No momento em que a maioria dos indicadores econômicos importantes apresenta uma sucessão de quedas consistentes, a recessão se configura, independentemente de haver recuo do PIB por dois trimestres consecutivos.

Entre os indicadores observados, estão dados do mercado de trabalho, da atividade industrial e das vendas do comércio.

Desempenho em 2024

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do Brasil foi positivo nos três primeiros trimestres de 2024.

No período entre janeiro e março do ano passado, a expansão da economia brasileira foi de 0,8%.

Já entre abril e junho, o PIB do país avançou 1,4%. No terceiro trimestre, a alta foi de 0,9%.

O resultado do quarto e último trimestre e os dados consolidados de 2024 serão divulgados em março. A expectativa é um crescimento anual de cerca de 3,5%.

Para 2025, as projeções de parte dos analistas do mercado indicam que o Brasil pode sofrer uma retração do PIB entre o segundo e o quarto trimestres do ano.

Caso ocorram pelo menos duas quedas trimestrais seguidas, o país voltará a ter uma recessão técnica.

 

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