Eleito, Alcolumbre critica “falta de comunicação” entre Lira e Pacheco

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), recém-eleito para o cargo, criticou neste sábado (1º/2) a “falta de comunicação” dos presidentes Arthur Lira (PP-AL), da Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado, durante os últimos quatro anos em que estiveram à frente do Congresso. Alcolumbre disse que a crítica era à situação, e não a nenhum dos políticos.
“Concretamente, no último período, esse distanciamento que todo mundo sabe que há ou que havia entre o presidente Rodrigo [Pacheco] e o presidente Arthur [Lira], ele de certo modo enfraqueceu o Poder Legislativo. E eu não estou criticando nem o Arthur nem o Rodrigo. Estou fazendo uma constatação que todos nós sabemos”, declarou à jornalistas depois da sessão que o elegeu.
Entenda o contexto
Durante as presidências de Lira e Pacheco na Câmara e no Senado, respectivamente, os dois não conseguiram ter um diálogo aberto e ambas as Casas tiveram um distanciamento.
Ao longo dos anos que ficaram à frente do Congresso, Lira e Pacheco chegaram a ter embates, como no caso do andamento das medidas provisórias (MPs), que fez com que o governo Lula tivesse que editar uma MP e em seguida enviar um projeto de lei (PL) para conseguir andar com alguma proposta no Legislativo.
Pelas cúpulas das Casas ficarem afastadas, muitos projetos acabavam ficando muito tempo na Câmara e pouco no Senado, o que causava irritação nos senadores.
Agora presidente do Senado, Alcolumbre quer retomar o diálogo aberto e próximo com a nova cúpula da Câmara.
Segundo o presidente do Senado, a distância dos dois presidentes acabou fazendo com que o Congresso não tivesse respostas para alguns projetos.
“Essa falta de comunicação entre o presidente da Câmara e o presidente do Senado dividiu a gente. E em muitas agendas que poderiam ser propositivas para o Brasil, a gente acabou ficando sem tem uma resposta”, declarou.
Alcolumbre também reafirmou que não vai permitir que o poder do Senado seja diminuído.
“E eu respeito todas as opiniões e as decisões de um presidente da Câmara e de um presidente do Senado, mas eu preciso colocar o meu ponto de vista. E eu falei no discurso que não é e nunca será correto uma decisão unilateral de um poder que é bicameral acabar tirando a autonomia e a autoridade do Senado”, afirmou.