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CPF na Nota: editor citado em podcast se pronuncia após repercussão

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O episódio mais recente do podcast Rádio Novelo, intitulado CPF na Nota, tem gerado intensos debates nas redes sociais desde seu lançamento na última semana. Nele, a jornalista Vanessa Bárbara compartilha como uma nota fiscal suspeita levou à descoberta de uma rede de traições e abusos envolvendo seu então marido e amigos próximos.

Vanessa já havia abordado parte da experiência traumática no livro Operação Impensável (2015), uma autoficção premiada com o Prêmio Paraná de Literatura e posteriormente publicada pela Intrínseca.

Para o podcast, Vanessa narrou como uma nota fiscal de hotel registrada no CPF do então marido, André Conti, a levou a investigar sua vida pessoal mais a fundo.

Sócio da editora Todavia, que chegou a divulgar uma nota sobre o caso em meio a repercussão, André inicialmente negou as infidelidades e apresentou sucessivas justificativas conforme as evidências se acumulavam. No entanto, a traição era apenas parte da história.

Durante sua investigação particular, Vanessa descobriu que o companheiro participava de uma lista de e-mails chamada Lista FPC, composta por outros homens brancos e supostamente intelectuais, ligados ao jornalismo e ao mercado editorial. Nessas conversas, eles trocavam mensagens com conteúdo misógino e depreciativo sobre suas próprias esposas e relações.

O impacto da revelação foi ainda mais doloroso para a jornalista ao perceber que muitos dos envolvidos se diziam seus amigos. Embora o casamento tenha terminado há mais de uma década, o relato no podcast viralizou, expondo os nomes dos participantes e reacendendo discussões sobre machismo e misoginia.

Com a repercussão, alguns dos membros da lista se manifestaram, fazendo mea culpa sobre o episódio.

André Conti assume erros

Personagem principal da história contada no podcast, André Conti se manifestou em suas redes sociais, assumindo os erros do passado.

“Há catorze anos, cometi uma série de erros dolorosos que culminaram no fim de um casamento, episódio narrado agora num podcast. Tive quase quinze anos para refletir sobre o que aconteceu: as mentiras, a manipulação, a pequenez. Esse adultério, e a rede de mentiras que criei em torno dele, terminou por afetar a vida de dezenas de pessoas”, iniciou o editor.

“Num grupo de e-mails, expus pessoas, traí amigos e colegas e inventei intrigas. Manipulei e coagi minha ex-esposa de forma machista e misógina. Depois de catorze anos, tenho uma vida diferente e me sinto uma pessoa diferente, mas sei que independentemente dos anos e do meu arrependimento, e desse e de qualquer texto, as cicatrizes que deixei seguem machucando. Peço desculpas mais uma vez a todos que envolvi, em primeiro lugar para a Vanessa e sua família”, concluiu.

Apoio da atual mulher

A atual esposa de André, a escritora Natércia Pontes, também se pronunciou sobre o assunto. Em um texto publicado no site Substack, usando um pseudônimo para se referir a Vanessa, ela revelou que a jornalista teria enviado um e-mail a André seis meses antes, solicitando apoio para divulgar seu livro.

“Vamos fazer catorze anos juntos, e nestes anos mudamos muito, como sói acontecer a qualquer ser humano com a alquimia do tempo. Mas para a vítima (assassina?) do Mandaqui nada mudou, ela tem saudades dela (dele?) e só se tornou mais cínica e amoral.”

Natércia Pontes, atual esposa de André Ponti, acusado de abuso por parte de Vanessa Bárbara

Natércia descreveu o casamento de Vanessa e André como “imaturo, sem sexo, cheio de mentiras e abusos psicológicos” e minimizou a importância do grupo de e-mails a qual seu marido participava. “Ele tinha um grupo machista de amigos com quem desabafava, falava mal dos outros, e de assuntos variados e ria. Hoje tenho grupos de mulheres e homens com quem desabafo, sou cruel, falo mal dos outros e rio. Quem nunca?”, questionou.

Ela também afirmou que tem recebido e-mails insistentes de Vanessa e criticou o podcast. “Eu me pergunto de novo, por que seis meses depois deste doce pedido de favor (foram muitos) e elogios à pessoa do meu marido viraram um ataque cretino via podcast com direito a uma trilha-sonora pândega e uma rajada de metralhadora da moralidade?”

 

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