Caso Victoria Lorrany: acusado de matar jovem irá a júri popular

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São Paulo — O Tribunal de Justiça da cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, decidiu nesta terça-feira (28/1) que Miguel Rodrigo Pereira, acusado de matar a jovem Victoria Lorrany Coutinho, de apenas 14 anos, em Charqueada, no interior paulista, irá a júri popular.

A adolescente desapareceu no dia 21 de abril do ano passado após ela sair para comprar um lanche e o corpo dela foi encontrado nove dias depois.

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A adolescente Victória Lorrany, de 14 anos, que desapareceu em Charqueada (SP)

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Victória Lorrany conversando com suspeito em moto

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Victória Lorrany, de 14 anos

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Victória Lorrany, de 14 anos

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Foto de Victoria Lorrany sobre caixão em seu enterro, realizado em Piracicaba

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Buscas por Victória Lorrany, em Charqueada

Reprodução/EPTV

Pereira, de 42 anos, já está preso e foi indiciado por estupro, feminicídio e ocultação de cadáver. Ele também é acusado por sequestro e estupro, com agravantes pelo fato de que a vítima era menor de idade, além de ocultação de cadáver.

O suspeito será julgado por feminicídio com quatro agravantes, que são características do crime que podem tornar a pena maior: Com emprego de meio cruel; por meio de recurso que dificulte a defesa da vítima; para assegurar a impunidade em relação a outro crime; e contra mulher e por razões da condição de sexo feminino.

O juiz Luiz Antonio Cunha, da Vara do Júri e Execuções de Piracicaba, ao decidir que o réu vai a júri popular, negou o pedido da defesa para conversão do julgamento em um procedimento para verificar possível insanidade mental do acusado.

“Certo é que deve nos autos revelar elementos que indiquem dúvida sobre a integridade mental do acusado, que no caso, para fins de incidente, não restou minimamente comprovada”, argumentou o magistrado.

Já a defesa de Miguel Rodrigo Pereira contestou a decisão, citou depoimentos de que ele fazia uso de entorpecentes, e disse que vai recorrer.

Em nota, o advogado Renan Augusto Servija disse que “desde o início do processo, a defesa reiteradamente apontou indícios graves de comprometimento psíquico de Miguel, comprovadamente dependente químico e usuário habitual de crack, condição que impacta diretamente em sua capacidade de compreensão e autodeterminação. Apesar disso, o pedido de instauração de incidente de insanidade mental foi indeferido pelo juízo de origem, em flagrante cerceamento de defesa e afronta ao devido processo legal”.

O caso Victoria Lorrany

Victoria Lorrany desapareceu por volta das 22h do dia 21 de abril de 2024, quando passava pela Rodovia Hermínio Petrin (SP-308), na altura do bairro Santa Luzia, em Charqueada;
A família disse que a adolescente tinha saído para comprar um lanche;
A brutalidade do crime chocou a pequena Charqueada, cidade com pouco mais de 17 mil habitantes.
Victória Lorrany ficou 10 dias desaparecida até um corpo ser encontrado em uma cova rasa em meio a um matagal da cidade no dia 29 de abril.
O corpo foi identificado no dia 3 de maio, após uma “perícia necropapiloscópica”, conforme explicou a delegada Juliana Ricci ao Metrópoles. Essa perícia faz a identificação a partir das digitais da vítima.
No mesmo dia em que o corpo foi encontrado, a polícia prendeu Miguel Rodrigo Pereira, de 42 anos. Segundo a polícia, ele teria consumido crack no dia do crime e foi visto passando ao lado da garota em imagens de uma câmera de segurança.
Miguel chegou a prestar depoimento logo após o desaparecimento, mas tinha sido liberado.
O suspeito acabou preso em Piracicaba, após pedir abrigo a moradores da região para se esconder.
Miguel era vizinho da família de Victória Lorrany e chegou a perguntar aos parentes da adolescente, após o crime, se ela tinha sido encontrada.
Segundo a delegada Juliana Ricci, o suspeito nega as acusações, tanto da autoria do assassinato como de ser usuário de drogas. Miguel Pereira permanece preso.

 

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