Senado resiste e pode barrar indicado da Câmara ao CNMP
O advogado Edvaldo Nilo de Almeida, que deve ser escolhido pela Câmara dos Deputados à vaga do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) cuja indicação cabe aos senadores, deve enfrentar resistência para ter seu nome aprovado no Senado.
A campanha de Maria Tereza Uille, ex-conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), gerou um empecilho. Ela não teve apoio para se inscrever na Câmara, mas era a candidata de Augusto Aras, procurador-Geral da República, que a apresentou para diversos senadores.
Com o enfraquecimento da perspectiva de recondução de Aras a um novo mandato, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, decidiu pautar a votação para o CNMP mesmo sem a inscrição da candidata apoiada pelo PGR. Ele foi pressionado por líderes do Centrão que apoiam Nilo.
No Senado, porém, a movimentação ainda não colou. Nos bastidores, o fato de Nilo ter feito doações a políticos nas eleições de 2022 é usado contra ele, o que se soma à resistência de senadores próximos a Aras, como Jaques Wagner.
Além disso, o nome de Nilo acabou se vinculando ao de Lira, que articulou para que Uille não tivesse apoio para se inscrever.
Com isso, o senador Davi Alcolumbre, do União Brasil do Amapá, retraiu-se. Inicialmente, Alcolumbre referendava a indicação de Nilo na Câmara. A interlocutores, ele já promete até atrasar a sabatina do advogado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em que é presidente. A demora pode embolar novamente a disputa.