Base do governo na CPMI traça estratégias para viabilizar quebra de sigilo de Bolsonaro e Michelle

0

Embalada pelas revelações da Polícia Federal (PF) sobre o suposto esquema de venda ilegal de joias recebidas pelo governo Bolsonaro, a base do governo na Comissão Parlamentar Mista de Investigação (CPMI) do 8 de janeiro deve se reunir na noite desta segunda-feira (14) para alinhar estratégias que visam aprofundar as apurações sobre o caso.

A aprovação dos requerimentos que pedem a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro está entre os assuntos que serão colocados à mesa.

Os parlamentares devem também discutir estratégias para convencer o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), da correlação entre a venda dos presentes e o financiamento dos atos que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes, em oito de janeiro.

Leia Mais

“Direita avança na Argentina pelos desacertos da esquerda”, avalia Valdemar à CNN

CPMI do 8/1 vai avaliar quebra de sigilo bancário de Jair e Michelle Bolsonaro

Imagens mostram Cid com mochila em aeroporto após “operação resgate” de joias sauditas

Maia tem sido relutante em votar requerimentos nesse sentido e, também, na ampliação do escopo da investigação.

Os governistas — que são maioria na CPMI — acreditam que se a quebra dos sigilos for colocada em pauta, a aprovação é certa.

“No começo da CPMI, eu era contra a quebra de sigilo do Bolsonaro e da Michelle, pois seria quebrar só por quebrar. Agora, com as revelações da PF e da própria CPMI, há muitos fatos que precisam ser esclarecidos, tem muito fato ligado a transações de dinheiro sem explicação. Se entrar em pauta, aprova”, afirma o deputado Rafael Brito (MDB-AL).

Rafael Brito acredita que a base governista não deve ter muito problema em convencer o presidente da CPMI a votar a quebra de sigilo de Bolsonaro e Michelle.

“Eu tenho visto o presidente Arthur muito sensato e ele vai acabar entendendo que aprovar esses requerimentos é o melhor caminho. De qualquer forma, se não formos nós na CPMI a quebrar esse sigilo, a PF vai ou o ministro Alexandre de Moraes vai. De qualquer forma, a quebra de sigilo vai acontecer”, completou Brito.

Na sexta-feira (11), os deputados governistas ressuscitaram a ideia de criar uma CPI para investigar o suposto esquema de venda ilegal de joias recebidas como presente durante viagens oficias do governo Bolsonaro.

VÍDEO: Deputados debatem eventual quebra de sigilo do casal Bolsonaro

O recolhimento de assinaturas para a instauração da comissão começou em meados de abril, quando o caso das joias recebidas por Michelle Bolsonaro da Arábia Saudita vieram à tona.

Mas com as negociações para a instalação da CPMI do 8 de janeiro, a CPI das Joias ficou de escanteio até semana passada, quando a repercussão das investigações da PF retomou o debate.

A ideia do autor do pedido, deputado Rogério Correia (PT-MG) é conversar com os parlamentares e ir conquistando apoio para instaurar a CPI. Até o momento, são mais de 110 assinaturas; o mínimo para protocolar uma CPI é de 171.

Nesta terça-feira (15), a CPMI ouve o depoimento do fotógrafo Adriano Machado, que foi convocado por um desejo da oposição. Ainda não há previsão de data para a próxima reunião deliberativa, quando os membros da CPMI votam os requerimentos colocados em pauta.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Base do governo na CPMI traça estratégias para viabilizar quebra de sigilo de Bolsonaro e Michelle no site CNN Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *