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Canjica imprópria é recolhida de escolas, mas alunos acham alimento coalhado na merenda

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Diversos lotes de canjica de milho foram recolhidos de escolas públicas do Distrito Federal pouco antes do começo das aulas deste semestre por estarem impróprios para o consumo. Apesar disso, estudantes do Centro Educacional (CED) 15 de Ceilândia ficaram assustados e enojados com pratos do alimento em estado coalhado na merenda.

Estudantes filmaram a canjica. O vídeo foi divulgado pelo perfil Ceilândia Muito Treta. “Olha isso. Coalhada. Canjica coalhada. Pouca vergonha com os nossos alunos. Depois quem passa mal somos nós”, desabafou uma aluna.

 

A denúncia chegou ao conhecimento do Conselho de Alimentação Escolar (CAE) e ao Sindicato dos Professores (Sinpro).

“Alguns dias atrás foram recolhidos todos os pacotes de canjica de milho, por serem impróprios para o consumo dos alunos. E essa canjica de milho foi substituída por outras da mesma marca e ainda tem vários pacotes no depósito da escola”, comentou Samuel Fernandes, membro do CAE e do Sinpro. Para o órgão de fiscalização, os lotes precisam passar por análise de qualidade.

Lotes de canjica não foram recolhidos apenas do CED 15. Segundo memorando circular da Coordenação Regional de Ensino de Sobradinho, antes da volta às aulas, os estoques de canjica de diversas escolas região não apresentavam condições adequadas para consumo.

Por isso, o preparo do alimento na merenda foi suspenso. Os estoques foram recolhidos e substituídos.


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“O governo do Distrito Federal recebe verba suficiente para oferecer uma alimentação boa e de qualidade para todos os alunos da rede pública do DF. E é inadmissível ver o desperdício de dinheiro público, indo diretamente para o lixo, como relatado pelos próprios alunos sobre a canjica servida na merenda da escola”, disse Fernandes.

De acordo com o representante do CAE e do Sinpro, o  governo não está oferecendo aos conselheiros o transporte para as fiscalizações nas escolas. “Sem transporte, não tem fiscalização. Os conselheiros do CAE fazem um trabalho voluntário e não recebem absolutamente nada por isso. O governo tem a obrigação de fornecer transporte para os conselheiros fiscalizarem as escolas”, comentou. O Ministério Público (MPDFT) inclusive recomendou a garantia do deslocamento.

O caso também acendeu a luz de alerta na Câmara Legislativa (CLDF). O deputado distrital Gabriel Magno (PT) solicitou informações sobre a qualidade da canjica oferecida nas escolas públicas.

Outro lado

Em nota, a Secretaria de Educação afirmou que zela pela qualidade da merenda e repudia qualquer alegação que coloque em dúvida o zelo no preparo da alimentação. Segundo a pasta, sobre os lotes recolhidos, o alimento não estaria estragado ou fora do prazo de validade, mas foram identificados carunchos nos pacotes.

“Ressalta-se ainda que o caso não tem relação com o acontecimento no CED 15 de Ceilândia”, argumentou a pasta. Segundo a secretaria, a canjica teria coalhado por conta de um problema no preparo do alimento. “O leite usado em uma das panelas talhou, mas não azedou. A Pasta ressalta que o alimento não estava estragado”, justificou.

Leia a nota da Educação na íntegra:

“A Secretaria de Educação do DF ressalta que fornece alimentação escolar de qualidade para todos os alunos da rede pública de ensino, também com produtos advindos da agricultura familiar, e que conta com uma equipe de merendeiras responsável por realizar um trabalho de excelência. A Pasta repudia qualquer alegação que coloque em dúvida o zelo com o preparo da alimentação dos estudantes da rede.

A SEEDF destaca, ainda, que, por meio da Diretoria de Alimentação Escolar fornece orientações sobre o preparo das refeições servidas aos alunos e preza pela qualidade da merenda com, por exemplo, a realização das seguintes iniciativas:

> Curso de capacitação anual obrigatório para as merendeiras e merendeiros sobre Boas Práticas de Produção
> Visitas de supervisão técnica de nutrição da equipe de nutricionistas da SEEDF

Sobre o caso das denúncias de lotes de canjica, a Pasta esclarece que o alimento não estava estragado, nem fora do prazo de validade, e ressalta que o lote que foi recolhido não chegou a ser preparado e servido para os estudantes. A Diretoria de Alimentação Escolar identificou a presença de carunchos em alguns pacotes de canjica distribuídos durante o recesso escolar para as unidades escolares e determinou imediatamente o recolhimento e substituição dos mesmos.

Os gestores das escolas são qualificados e orientados a verificar, baseado no Manual de Alimentação Escolar do DF, as Boas Práticas no momento do recebimento, armazenamento e produção dos alimentos. Caso ocorra qualquer inadequação, a escola deve comunicar a nutricionista da Unidade de Infraestrutura e Apoio Educacional da Regional de Ensino para que seja sanado o problema.

Ressalta-se ainda que o caso não tem relação com o acontecimento no CED 15 de Ceilândia. Segue resposta sobre o caso:

A Secretaria de Educação do DF, por meio da Coordenação Regional de Ensino de Ceilândia, informa que, durante o preparo da canjica no CED 15 de Ceilândia nesta terça (8), o leite usado em uma das panelas talhou, mas não azedou. A Pasta ressalta que o alimento não estava estragado. Tanto a canjica, quanto o leite utilizados estavam dentro da validade e com as características nutricionais preservadas.

Desse preparo, foram servidos poucos pratos, os quais foram recolhidos imediatamente, após a verificação do ocorrido. Em seguida, foi servida outra canjica aos alunos.”

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