Roqueiro, doido por cães e anarcocapitalista: quem é Javier Milei, líder das eleições na Argentina

O candidato da extrema direita Javier Milei, de 52 anos, lidera as pesquisas das eleições Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatória da Argentina (Paso), que indica os representantes que vão concorrer do primeiro turno da eleição presidencial, no dia 22 de outubro, realizada no último domingo (13/8). Milei é conhecido por opiniões, no mínimo, polêmicas e por fugir de perguntas pessoais.
Nascido em Buenos Aires e formado em Economia pela Universidade de Belgrano, o autodeclarado anarcocapitalista pertence à coalizão política Liberdade Avança. O grupo, liderado pelo próprio Milei, defende tendências conservadoras em temáticas sociais e liberal em assuntos econômico. Entre suas propostas está a ideia de fechar o Banco Central da Argentina – na verdade, ele usa o termo “dinamitar”.
Na verdade, esse é somente um dos pontos principais do programa imaginado por ele. Ainda há a dolarização da economia. Em uma entrevista ao jornal El País, ele elogiou o Equador por ter feito isso. “Os equatorianos são muito melhores que os argentinos. Os números do Equador impressionam. A renda multiplicou por dez e a inflação foi pulverizada”, opinou.
Javier Milei
O roqueiro Javier Milei em campanha
Ricardo Ceppi/Getty Images
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Javier Milei em comemoração
Reprodução/Redes Sociais
Javier Milei posa para foto em uma entrevista
Javier Milei posa para foto em uma entrevista
Tomas Cuesta/Getty Images
Autoproclamado anarcocapitalista, Javir Milei tira foto com apoiador
Autoproclamado anarcocapitalista, Javir Milei tira foto com apoiador
Tomas Cuesta/Getty Images
Extremista de direita Javier Milei, candidato à Presidência na Argentina
Extremista de direita Javier Milei, candidato à Presidência na Argentina
Amilcar Orfali/Getty Images
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Também ponta que uma redução drástica nos gastos públicos é essencial. E aí entram propostas como fim de programas sociais e reduzir o número de ministérios para oito (atualmente são 18). E o anarcocapitalismo, ferrenhamente defendido por Milei, é uma das facetas da política libertária, e defende a soberania do indivíduo frente ao Estado, através da propriedade privada e do livre mercado. Os libertários, em geral, rejeitam quaisquer formas de autoritarismo na organização da sociedade e na vida individual.
Outras polêmicas de Javier Milei
Aí entram outras opiniões polêmicas de uma pessoa que é admiradora de políticos como Donald Trump e Jair Bolsonaro. Fala da liberação de armas. E acredita que o discurso de mudanças climáticas é uma farsa.
Também se diz contra o ensino de educação sexual nas escolas. E se diz a favor da livre venda de órgãos humanos. “Por que o Estado tem que regular tudo? Minha primeira propriedade é meu corpo”, disse Milei em uma entrevista.
Por outro lado, é totalmente contra o aborto: “Nós nos caracterizamos pela defesa do direito à vida, à propriedade e à liberdade”, disse ele em entrevista recente.
As ideias de Javier Milei vem desde que decidiu entrar na vida política, em programas televisivos. Em agosto de 2020, chegou a falar que se lançaria como candidato à Presidência. Em 2021, o La Libertad Avanza, seu partido, conquistou duas cadeiras na Câmara dos Deputados. Uma é dele e a outra é de sua candidata a vice, Victoria Villarruel.
Pelo lado pessoal, ele quase não fala. E, quando fala, é polêmico também. Filho de um empresário do transporte e de uma dona de casa, chegou a sofrer bullying em sua época de estudante. Também acusa os pais de serem violentos dentro de casa. Por isso, foi criado pela avó materna e pela irmã, Karina. Ela é seu braço direito e Milei disse que, se for eleito, Karina será a primeira-dama.
Fã da banda Rolling Stones – tocou em uma banda cover dos britânicos na juventude –, ele tem um visual próprio dos roqueiros. Também não deixa de citar seus “filhos de quatro patas”: quatro mastiffs ingleses com os nomes de Conan, Murray, Milton, Robert e Lucas.