“Não há registros de ameaças”, diz SAP sobre segurança de hacker
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São Paulo — A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) afirmou nesta quinta-feira (6/2) que não possui registros de ameaças ou fatos que comprometam a segurança de Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker de Araraquara, preso na cidade em que lhe da o apelido, no interior de São Paulo.
A declaração da pasta vem três dias após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, solicitar informações sobre a integridade do detido e a viabilidade de uma possível transferência de Delgatti à Penitenciária II “Dr José Augusto Salgado” de Tremembé.
A SAP confirmou ao Metrópoles que recebeu o pedido e afirmou que irá responder no prazo de 10 dias, estipulado pelo ministro. Além disso, a secretaria disse que não comenta a transferências de detentos.
Pedido de transferência
A defesa solicitou a transferência de Delgatti para Tremembé no início de janeiro deste ano.
Ariovaldo Moreira, advogado do investigado por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e incluir documentos falsos junto ao Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), argumenta que a escolha pelo presídio se dá em decorrência da segurança do estabelecimento, que abriga presos de processos de grande repercussão.
“A escolha deste estabelecimento se justifica por abrigar detentos de casos de maior repercussão, no que se encaixa o perfil do acusado. Assim, presume-se melhor preparada para preservar a integridade do custodiado, no período em que permanecer recolhido”, argumenta a defesa.
Estão detidos em Tremembé, por exemplo, o ex-jogador de futebol Robinho e Cristian Cravinhos, condenado pelo homicídio do casal Von Richthofen.
Alexandre de Moraes determinou em sua decisão que a SAP encaminhe informações sobre a segurança do detido e se pronuncie sobre a viabilidade de transferência do hacker para a Penitenciária II de Tremembé, presídio onde estão réus envolvidos em casos de grande repercussão.
Ao longo do documento, o ministro citou o argumento da defesa do detido que pediu transferência de unidade prisional, citando “a polarização política” do país:
“A polarização política que temos enfrentado atualmente, enraizada em todos os setores do convívio social, até mesmo núcleos familiares, coloca o hacker de Araraquara, como ficou conhecido, como alvo fácil dentro da prisão”, a alegação ainda cita “sérias e frequentes ameaças” recebidas pelo preso na detenção de Araraquara.
O posicionamento do ministro acolheu uma manifestação da Procuradoria-Geral da República.
Apesar de acolher a manifestação da PGR, o magistrado também disse que não há qualquer indicativo atual de riscos à integridade física de Delgatti no presídio em que está.