Marina Silva crítica novas medidas de Trump: “Tempos desafiadores”
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, se manifestou sobre o discurso de posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para a ministra, o segundo mandato do republicano será desafiador para o mundo todo.
Donald Trump foi empossado no Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos, como o 47º presidente norte-americano nesta segunda-feira (20/1), em Washington D.C.
Marina Silva crítica Trump
Crítica às Medidas de Trump: Marina Silva criticou os anúncios de Trump, que vão contra a transição energética e o combate às mudanças climáticas.
EUA e Responsabilidade Climática: a ministra destacou a importância dos EUA, como segundo maior emissor global, cumprirem suas responsabilidades climáticas.
Retrocesso em Relação a Biden: Trump abandona avanços da gestão Biden, como o incentivo às energias renováveis, e prioriza combustíveis fósseis.
Papel dos Estados nos EUA: o modelo federativo permite que estados norte-americanos adotem políticas climáticas, mesmo com retrocessos no governo federal.
Após o discurso do líder norte-americano, Marina Silva afirmou que já é possível confirmar os “prognósticos mais pessimistas sobre os tempos que virão”. A chefe da pasta também ressaltou que os primeiros anúncios de Trump vão na contramão da defesa da transição energética, do combate às mudanças climáticas e da valorização de fontes renováveis na produção de energia.
“São o avesso da política guiada pelas evidências trazidas pela ciência e do bom senso imposto pela realidade dos eventos climáticos extremos que ocorrem, inclusive, em seu próprio país”.
A ministra observa com enorme preocupação o anúncio de que Trump pretende acabar com o Green New Deal, tirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, retomar a indústria automotiva norte-americana sem dar prioridade para carros elétricos e valorizar o uso de combustíveis fósseis.
Mudanças
Marina relembrou que os planos do governo Biden para energia renovável, infraestrutura e industrialização verde contaram com o apoio dos republicanos no Congresso. “Sobre o Acordo de Paris, é fundamental lembrar que os EUA são o segundo maior emissor global de gases de efeito estufa e, portanto, têm grandes e inadiáveis responsabilidade a cumprir. Nem a própria população dos EUA aceitará qualquer omissão, pois enfrenta no cotidiano os efeitos da emergência climática”, disse a ministra.
Por fim, a ministra do governo Lula frisou a necessidade de trabalhar para uma governança climática mais robusta e madura do que no primeiro governo Trump, visando criar “anteparos para evitar avanços da força gravitacional negacionista”.
“No mesmo sentido, terá relevância o modelo federativo dos EUA, que dá liberdade para que os estados adotem suas próprias medidas e assumam compromissos climáticos. Serão tempos desafiadores para o mundo inteiro. Resta enfrentá-los com informação, compromisso com a vida e capacidade de negociação política.”